A APX-BR (Associação Para o Xadrez Brasileiro) publicou na última quinta-feira, dia 28/02, em sua página no Facebook, uma carta aberta aos enxadristas brasileiros. Dentre os membros da referida associação encontram-se integrantes da elite do xadrez nacional, a exemplo dos GMs Rafael Leitão, Krikor Mekhitarian, Luís Paulo Supi, entre outros.
Na carta, os membros da APX, que ao final subscrevem o documento, manifestam sua preocupação com os rumos que o xadrez vem tomando no Brasil, como também sua insatisfação com o desempenho da atual gestão da CBX.
É público e notório o modo infeliz como a CBX, encabeçada pelo Sr. Darcy Lima, vem conduzindo as atividades do nosso querido esporte. Casos de favorecimento ou de perseguição política a enxadristas, arbitrariedades, quebras de normas, inexistência de diálogo e falta de transparência na prestação de contas da entidade são alguns dos relatos mais comuns que vêm sendo apontados pela comunidade enxadrística nacional, portanto trata-se de uma queixa legítima.
Ao final do documento, seus autores listam uma série de mudanças que, no entendimento deles, são necessárias para elevar a qualidade do xadrez brasileiro.
A seguir transcrevemos, na íntegra, o conteúdo da carta aberta divulgada pela APX-BR:
Carta aberta aos enxadristas brasileiros
Caros amigos e entusiastas do xadrez no Brasil,
Observamos com preocupação os passos da atual administração do xadrez nacional.
Entendemos que, nos últimos anos, as decisões tomadas pela entidade representante do xadrez nacional têm prejudicado a disseminação, a popularização e a profissionalização do jogo no país.
O descontentamento é evidente em diferentes partes do Brasil, nas redes sociais, nas conversas com amigos, nos torneios, tanto entre os profissionais como entre os amadores.
Regulamentos inconsistentes, decisões arbitrárias e falta de transparência e comunicação são apenas alguns dos problemas que temos presenciado há anos. Vemos também enxadristas enfrentando outras dificuldades, como anuidades elevadas, valores exorbitantes de inscrições para torneios e um calendário mal formulado.
Além disso, faltam incentivos ao xadrez feminino e de base, que muitas vezes têm de recorrer ao apoio da comunidade enxadrística para financiar atividades de treinamento e torneios importantes no exterior, quase sempre representando o país nessas competições internacionais. Vale destacar aqui que a comunidade, na maioria das vezes, tem prontamente prestado essa ajuda aos nossos talentosos jogadores e jogadoras.
Por isso, essa carta deve ser iniciada, antes de mais nada, firmando um compromisso com a comunidade enxadrística. Reconhecemos seu apoio e gostaríamos de contar com ele em mais este passo da caminhada.
Apesar de compartilharmos da mesma insatisfação, não podemos negar que houve também queixas da omissão dos mestres e grandes mestres em relação aos problemas no xadrez brasileiro. Algumas pessoas chegam a imaginar que essa inércia é um sinal de que a situação atual, de alguma forma, nos beneficia. Isso é algo que não poderia estar mais longe da verdade. Compreendemos, entretanto, que os enxadristas esperem uma atitude mais representativa dos melhores jogadores do Brasil, e esperamos que a presente carta também preencha essa expectativa.
Feitas essas considerações iniciais, apresentamos oficialmente aos enxadristas de todo o Brasil a APX-BR, Associação Para o Xadrez Brasileiro.
Após muitas conversas sobre a situação atual, chegamos à conclusão de que apenas nossa atuação em grupo pode trazer melhorias ao cenário nacional. Assim, decidimos criar a APX como uma forma de nos posicionarmos a respeito de questões importantes para os enxadristas, mostrar nossa insatisfação e questionar os problemas atuais, bem como oferecer sugestões e ideias buscando soluções.
Esperamos que nossa união seja um sinal claro de que mudanças são necessárias, e que pretendemos lutar por isso por todos os meios possíveis. A APX nasce com o objetivo e o sonho de ouvir os enxadristas, buscar melhorias para todos e ter um impacto positivo no xadrez brasileiro.
Sabemos que as demandas e os desafios serão muitos, mas que o descontentamento é um fator comum em grande parte da comunidade enxadrística. Essa será nossa maior motivação para questionar os problemas atuais, buscando esclarecimentos e soluções sempre que necessário.
Dentre as mudanças urgentes que acreditamos serem necessárias, listamos abaixo:
1- Maior transparência da entidade máxima do xadrez nacional (CBX), principalmente no que diz respeito à utilização das anuidades pagas pelos milhares de filiados e a um diálogo com a comunidade enxadrística. Nos últimos tempos, vimos uma completa falta de comunicação sobre as mais variadas questões, além de mandos e desmandos que colocaram os enxadristas em último lugar na hora em que foram tomadas as mais importantes decisões. Reajuste de anuidade, Ciclo olímpico, Finais e Semifinais de Brasileiro, além do Brasileiro Amador, são apenas alguns exemplos onde isso ocorreu.
2- Compromisso dos organizadores para com os jogadores, no que diz respeito às condições gerais dos torneios e valores de inscrição, mais uma vez reforçando que estamos falando de questões de interesse tanto do amador como do profissional. Sabemos que fazer xadrez no país não é fácil, mas estamos seguros de que, com uma entidade que defenda e represente os interesses dos jogadores, será possível um diálogo construtivo com os organizadores, conseguindo dessa maneira enxadristas mais satisfeitos com as competições, que teriam, consequentemente, maior êxito.
3- Trabalho em favor de um xadrez para todos e sem distinção de gênero, buscando a inclusão. Seguindo alguns exemplos em todo o mundo, sugerimos que a notável e injusta diferença de apoio entre o xadrez feminino e absoluto no Brasil seja cada vez mais encurtada, a ponto de um dia as mulheres terem todo o espaço que merecem e têm direito no xadrez em nosso país.
Hoje, como já foi dito, gostaríamos de nos apresentar e firmar nosso compromisso de lutar por um xadrez melhor, mais transparente e que atenda às demandas dos enxadristas brasileiros. Se você apoia nossa causa, por favor divulgue nas redes sociais, compartilhe com seus amigos e nos ajude a alcançar ainda mais pessoas.
Assinam esta carta:
GM André Diamant
MI César Umetsubo
MI Diego Di Berardino
GM Evandro Barbosa
GM Everaldo Matsuura
GM Felipe El Debs
MI Jefferson Pelikian
WFM Julia Alboredo
WIM Juliana Terao
WIM Kathiê Librelato
GM Krikor Mekhitarian
GM Luis Paulo Supi
GM Rafael Leitão
MI Roberto Molina
MI Renato Quintiliano
GM Yago Santiago
Caros amigos e entusiastas do xadrez no Brasil,
Observamos com preocupação os passos da atual administração do xadrez nacional.
Entendemos que, nos últimos anos, as decisões tomadas pela entidade representante do xadrez nacional têm prejudicado a disseminação, a popularização e a profissionalização do jogo no país.
O descontentamento é evidente em diferentes partes do Brasil, nas redes sociais, nas conversas com amigos, nos torneios, tanto entre os profissionais como entre os amadores.
Regulamentos inconsistentes, decisões arbitrárias e falta de transparência e comunicação são apenas alguns dos problemas que temos presenciado há anos. Vemos também enxadristas enfrentando outras dificuldades, como anuidades elevadas, valores exorbitantes de inscrições para torneios e um calendário mal formulado.
Além disso, faltam incentivos ao xadrez feminino e de base, que muitas vezes têm de recorrer ao apoio da comunidade enxadrística para financiar atividades de treinamento e torneios importantes no exterior, quase sempre representando o país nessas competições internacionais. Vale destacar aqui que a comunidade, na maioria das vezes, tem prontamente prestado essa ajuda aos nossos talentosos jogadores e jogadoras.
Por isso, essa carta deve ser iniciada, antes de mais nada, firmando um compromisso com a comunidade enxadrística. Reconhecemos seu apoio e gostaríamos de contar com ele em mais este passo da caminhada.
Apesar de compartilharmos da mesma insatisfação, não podemos negar que houve também queixas da omissão dos mestres e grandes mestres em relação aos problemas no xadrez brasileiro. Algumas pessoas chegam a imaginar que essa inércia é um sinal de que a situação atual, de alguma forma, nos beneficia. Isso é algo que não poderia estar mais longe da verdade. Compreendemos, entretanto, que os enxadristas esperem uma atitude mais representativa dos melhores jogadores do Brasil, e esperamos que a presente carta também preencha essa expectativa.
Feitas essas considerações iniciais, apresentamos oficialmente aos enxadristas de todo o Brasil a APX-BR, Associação Para o Xadrez Brasileiro.
Após muitas conversas sobre a situação atual, chegamos à conclusão de que apenas nossa atuação em grupo pode trazer melhorias ao cenário nacional. Assim, decidimos criar a APX como uma forma de nos posicionarmos a respeito de questões importantes para os enxadristas, mostrar nossa insatisfação e questionar os problemas atuais, bem como oferecer sugestões e ideias buscando soluções.
Esperamos que nossa união seja um sinal claro de que mudanças são necessárias, e que pretendemos lutar por isso por todos os meios possíveis. A APX nasce com o objetivo e o sonho de ouvir os enxadristas, buscar melhorias para todos e ter um impacto positivo no xadrez brasileiro.
Sabemos que as demandas e os desafios serão muitos, mas que o descontentamento é um fator comum em grande parte da comunidade enxadrística. Essa será nossa maior motivação para questionar os problemas atuais, buscando esclarecimentos e soluções sempre que necessário.
Dentre as mudanças urgentes que acreditamos serem necessárias, listamos abaixo:
1- Maior transparência da entidade máxima do xadrez nacional (CBX), principalmente no que diz respeito à utilização das anuidades pagas pelos milhares de filiados e a um diálogo com a comunidade enxadrística. Nos últimos tempos, vimos uma completa falta de comunicação sobre as mais variadas questões, além de mandos e desmandos que colocaram os enxadristas em último lugar na hora em que foram tomadas as mais importantes decisões. Reajuste de anuidade, Ciclo olímpico, Finais e Semifinais de Brasileiro, além do Brasileiro Amador, são apenas alguns exemplos onde isso ocorreu.
2- Compromisso dos organizadores para com os jogadores, no que diz respeito às condições gerais dos torneios e valores de inscrição, mais uma vez reforçando que estamos falando de questões de interesse tanto do amador como do profissional. Sabemos que fazer xadrez no país não é fácil, mas estamos seguros de que, com uma entidade que defenda e represente os interesses dos jogadores, será possível um diálogo construtivo com os organizadores, conseguindo dessa maneira enxadristas mais satisfeitos com as competições, que teriam, consequentemente, maior êxito.
3- Trabalho em favor de um xadrez para todos e sem distinção de gênero, buscando a inclusão. Seguindo alguns exemplos em todo o mundo, sugerimos que a notável e injusta diferença de apoio entre o xadrez feminino e absoluto no Brasil seja cada vez mais encurtada, a ponto de um dia as mulheres terem todo o espaço que merecem e têm direito no xadrez em nosso país.
Hoje, como já foi dito, gostaríamos de nos apresentar e firmar nosso compromisso de lutar por um xadrez melhor, mais transparente e que atenda às demandas dos enxadristas brasileiros. Se você apoia nossa causa, por favor divulgue nas redes sociais, compartilhe com seus amigos e nos ajude a alcançar ainda mais pessoas.
Assinam esta carta:
GM André Diamant
MI César Umetsubo
MI Diego Di Berardino
GM Evandro Barbosa
GM Everaldo Matsuura
GM Felipe El Debs
MI Jefferson Pelikian
WFM Julia Alboredo
WIM Juliana Terao
WIM Kathiê Librelato
GM Krikor Mekhitarian
GM Luis Paulo Supi
GM Rafael Leitão
MI Roberto Molina
MI Renato Quintiliano
GM Yago Santiago
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