sexta-feira, 31 de julho de 2020

JALES VENCE O DESAFIO DE XADREZ


Terminou ainda há pouco a sétima partida do Desafio de Xadrez entre Luiz Fábio Jales e Joaquim Virgolino Filho, que fez parte de um match amistoso programado para 10 jogos. Nesse sétimo confronto, Joaquim infelizmente não estava em um dos seus melhores dias e jogou bem abaixo de sua capacidade. Conduzindo as peças negras, ele resolveu se desviar da Caro-Kann e jogou o lance simétrico e5, em resposta a 1. e4. A abertura jogada foi o Gambito Escocês, uma linha que voltei a empregar nos últimos tempos. No lance 13, Joaquim perdeu um peão sem nenhuma compensação, no lance 16 ele perdeu um cavalo, e acabou abandonando no lance 22, após ver o seu rei envolvido em uma rede de mate. Com essa vitória, Jales abriu 4 pontos de vantagem sobre o oponente e com isso eliminou a possibilidade de Joaquim alcançá-lo no marcador, motivo pelo qual o match foi finalizado depois do resultado de hoje, sem a necessidade de se jogarem as três partidas restantes. Agradeço a Joaquim por ter me convidado para jogar esse confronto, e parabenizo-lhe pela sua boa conduta desportiva demonstrada no transcorrer das partidas. Apesar da diferença no placar, acredito que ambos os jogadores tiraram proveitosas lições desse match que se encerra hoje. Em breve, espero participar de um novo Desafio de Xadrez, contra um adversário cujo nome ainda será definido. Obrigado a todo(a)s que acompanharam a disputa e até a próxima!


Placar após 7ª partida: Jales 5,5 x 1,5 Joaquim



Para fins ilustrativos, segue abaixo um quadro-resumo do match entre Jales e Joaquim:

                                    QUADRO-RESUMO DO MATCH

Jogo

Resultado

Abertura jogada

N.º de lances

01

Jales 0,5 x 0,5 Joaquim

Defesa Eslava

51

02

Joaquim 0 x 1 Jales

Defesa Francesa

41

03

Jales 1 x 0 Joaquim

Defesa Caro-Kann

43

04

Joaquim 0 x Jales 1

Defesa Semi-Tarrasch

33

05

Jales 0 x 1 Joaquim

Defesa Caro-Kann

30

06

Joaquim 0 x Jales 1

Defesa Semi-Tarrasch

45

07

Jales 1 x 0 Joaquim

Gambito Escocês

22

 

COM UM SEGUNDO DESSES, ATÉ EU!


A literatura enxadrística mundial foi, ao longo dos anos, enriquecida por uma grande quantidade de histórias, relatos e anedotas, baseadas em situações vivenciadas (ou fantasiadas!) pelos jogadores e cronistas do nosso esporte, e uma das coisas que mais me causa prazer é justamente pesquisar a literatura enxadrística em busca dessas histórias e curiosidades. Para aqueles que, como eu, gostam de ler histórias interessantes e engraçadas envolvendo enxadristas famosos, recomendo fortemente a leitura do excelente livro do GM Yasser Seirawan, intitulado Duelos de xadrez: minhas partidas com os campeões mundiais, em que o autor, com o estilo agradável e divertido que lhe é peculiar, consegue mesclar na medida certa as análises e considerações teóricas acerca de suas partidas com relatos dessa natureza. O "causo" que iremos apresentar hoje aos leitores foi extraído do referido livro, e é contado por Spassky. Trata-se de uma história engraçada, que reflete a importância de se ter um bom "segundo". O segundo, para quem não sabe, era uma espécie de auxiliar, que ajudava o enxadrista no treinamento, na preparação de variantes de abertura e na análise de posições de partidas adiadas. Atualmente, com o advento dos superprogramas de xadrez para computador, a figura do segundo já não tem a mesma importância que teve no passado, mas devemos lembrar que os Grandes Mestres da elite mundial ainda hoje costumam contar com uma equipe de auxiliares, que os ajudam no seu treinamento e na preparação para os torneios. Pois bem, o episódio transcrito a seguir ocorreu na época em que Spassky era o campeão mundial de xadrez, ou seja, no período entre 1969-1972. Vamos ao relato:

"Era um Campeonato Soviético. Isso significava que também havia um Campeonato Soviético Feminino acontecendo simultaneamente. Eu estava no refeitório/restaurante com meu segundo, Isaac Boleslavsky. Estávamos jantando quando uma mulher veio sentar-se com a gente. Ela estava com raiva. Muito zangada. Era evidente que tinha perdido sua partida naquele dia. Ela implorou que Boleslavsky a ajudasse na próxima rodada.
Boleslavsky acenou, concordando. (Ele respirou fundo, puxando o ar pesadamente pelo nariz – Boris imita o segundo.)
‘Com quem você joga amanhã?’, Boleslavsky perguntou. ‘Com a fulana de tal’, veio a resposta.
(Respiração profunda e lenta pelo nariz.)
‘Ela vai jogar 1.e4.’
(Respiração profunda e lenta pelo nariz.)
‘Você vai jogar 1...e5.’
(Respiração profunda e lenta pelo nariz.)
‘Ela vai jogar 2.Cf3.’
(Respiração profunda e lenta pelo nariz.)
‘Você vai jogar 2...Cc6.’
(Respiração profunda e lenta pelo nariz.)
‘Ela vai jogar 3.Bc4.’
(Respiração profunda e lenta pelo nariz.)
‘Você vai jogar 3...Cd4.’
(Respiração profunda e lenta pelo nariz.)
‘Ela vai jogar 4.Cxe5.’
(Respiração profunda e lenta pelo nariz.)
‘Você vai jogar 4...Dg5.’
(Respiração profunda e lenta pelo nariz.)
‘Ela vai jogar 5.Cxf7.’
(Respiração profunda e lenta pelo nariz.)
‘Você vai jogar 5...Dxg2...’
Eu, é claro, acompanhei a conversa atentamente. No dia seguinte, a mesma situação. Desta vez a mulher chega correndo no restaurante e vai até nossa mesa extremamente entusiasmada. Ela vem até Boleslavsky e lhe dá um beijo na boca, agarra suas bochechas e diz: ‘Muitíssimo obrigada! A partida transcorreu exatamente como você disse! Eu venci brilhantemente’. Daí, a mulher vira-se para mim, olha-me de cima a baixo com uma cara de nojo e diz: ‘Hã! Com um segundo desses, eu também poderia ser Campeã Mundial!’” 😅😅


GM Isaac Boleslavsky (1919-1977)

quarta-feira, 29 de julho de 2020

DESAFIO DE XADREZ - RESULTADO DA 6ª PARTIDA


Foi disputada na noite de ontem (28/07) a sexta partida do Desafio de Xadrez entre Luiz Fábio Jales e Joaquim Virgolino Filho, que faz parte de um match amistoso programado para 10 jogos. Esse sexto confronto terminou com a vitória do editor deste blog, que agora abre uma vantagem de 3 pontos sobre Joaquim e fica mais perto de vencer o desafio. Caso a sétima partida finalize com uma nova vitória de Jales, o match estará decidido e será encerrado, uma vez que Joaquim não teria condições de igualar o placar, mesmo se vencesse os três jogos restantes. Como temos feito até aqui, vamos apresentar um resumo da partida: Joaquim, com as peças brancas, novamente abriu o jogo com 1. d4, e mais uma vez foi jogada a Defesa Semi-Tarrasch, uma linha promissora para as negras, na opinião dos teóricos. No lance 11 ocorreu a troca das damas, e depois de mais algumas trocas de peças, à altura do lance 16 a posição estava totalmente igualada, com ambos os lados possuindo 6 peões, 2 bispos e 2 cavalos. Resolvi não forçar e ofereci empate ao meu oponente, mas ele recusou, porque, como ele mesmo explicou posteriormente, o empate não servia, e ele precisava buscar a vitória para tentar ganhar o match. Na sequência, pude trocar um dos meus bispos por um cavalo adversário, danificando a estrutura dos peões brancos na ala do rei, e pouco depois consegui ganhar um peão na ala da dama, o que me deixou com vantagem material e posicional. Agora Joaquim tinha um peão negro passado na ala da dama com que se preocupar, e tentou mobilizar suas peças restantes, a parelha de bispos e o rei, para tentar barrar o avanço do peão, enquanto eu procurava apoiar esse avanço com minhas peças (bispo, cavalo e rei). Infelizmente, no lance 45, ao tentar bloquear o peão negro avançado com o seu rei, Joaquim jogou o perdedor 45. Rb2?, tomando um duplo de cavalo no rei e no bispo que estava situado em f2, erro que o levou a abandonar. Com esse resultado, o placar do match está neste momento em 4,5 x 1,5 a meu favor. O próximo jogo está previsto para a sexta-feira, dia 31/07. Até lá!   


Placar após 6ª partida: Jales 4,5 x 1,5 Joaquim

PENSAMENTO DO DIA


"A paz é indispensável para a sociedade humana, mas totalmente inaceitável no xadrez. Frente ao tabuleiro, o combate é inevitável!" (GM Eduard Gufeld).


Eduard Gufeld (1936-2002)

segunda-feira, 27 de julho de 2020

RAMYRES VENCE NORDESTÃO FEMININO!


Foi realizado entre os dias 20 e 26 de julho o I Nordestão Feminino de Xadrez On-Line, competição disputada na plataforma Lichess. O evento contou com a participação de quase 90 jogadoras, dos 9 estados da região Nordeste, e distribuiu R$ 1.100,00 em premiação. A organização ficou a cargo da Profa. Ana Paula Vilarins, do CM Jayme Miranda e do AF Danny Dávalos. Após 7 rodadas, a grande campeã foi a WFM pernambucana Ramyres Coelho, que conseguiu o título de maneira invicta, com 100% de aproveitamento. A 2ª colocada foi Maysa Queiroz Alves, do estado de Alagoas, e o pódio foi completado por nossa querida conterrânea Yasmin Soares, que terminou em 3º lugar. A irmã de Yasmin, Sara Soares, também fez bonito no torneio, sagrando-se campeã da categoria Sub-16. Além de Sara e Yasmin, as outras paraibanas no torneio foram Valdemiza Gurgel, Patrícia Magda, Franciele Fernandes, Ellen Pereira da Silva, Ana Lívia França, Kathlin Gonçalves e Kaylanne Alves. Parabenizamos a todos os envolvidos neste magnífico evento, tanto as enxadristas quanto os organizadores, e esperamos que outros torneios femininos continuem sendo promovidos com regularidade. A classificação final do Nordestão está disponível no site Chess Results (veja aqui). 


Folder do Nordestão Feminino


WFM Ramyres Coelho, a campeã do evento

domingo, 26 de julho de 2020

GALERIA DOS CAMPEÕES MUNDIAIS DE XADREZ - SPASSKY


Dando continuidade à nossa série de publicações sobre os campeões mundiais de xadrez, hoje falaremos a respeito do 10º campeão do mundo, Boris Spassky, que ficou marcado como o russo que perdeu o match mais importante da história do jogo já disputado até hoje: o encontro pelo Campeonato Mundial de 1972, frente ao fenômeno estadunidense Bobby Fischer!



BORIS SPASSKY 


Boris Vasilievich Spassky nasceu na cidade russa de Leningrado (atual São Petersburgo), no dia 30 de janeiro de 1937. Aprendeu xadrez aos cinco anos e conseguiu desenvolver seu talento de forma precoce, fazendo rápidos progressos. Em 1953, fez sua estreia em torneios internacionais, em Bucareste, competição em que derrotou o melhor jogador da época, seu compatriota Smyslov. Em 1955, aos 17 anos, sagrou-se campeão mundial juvenil, e nesse mesmo ano tornou-se candidato ao título mundial absoluto. Somente Bobby Fischer conseguiu ser ainda mais precoce do que ele. Após algumas tentativas fracassadas de vencer o Torneio de Candidatos, alcançou esse feito em 1965, ao superar na final de Candidatos o grande Mikhail Tal, qualificando-se para disputar a coroa contra Tigran Petrosian.


O jovem Spassky


O primeiro confronto contra o armênio Tigran Petrosian aconteceu em 1966, e, na ocasião, o repertório de aberturas de Spassky se revelou insatisfatório para quebrar a resistência de tão formidável oponente. Jogando com as negras, ele empregou o esquema conhecido como "Defesa Hipopótamo", caracterizada pelo duplo fianqueto, cavalos em d7 e e7 e peões na sexta fileira, sólida porém passiva. De brancas, foi incapaz de suplantar a Defesa Caro-Kann, utilizada pelo campeão do mundo. Apesar da sua inegável capacidade, Spassky falhou na sua primeira tentativa de ascender ao trono do xadrez, perdendo o match de 1966 pela apertada contagem de 12,5 x 11,5. No ciclo seguinte do Campeonato Mundial, ele triunfou sobre seus rivais e novamente qualificou-se para enfrentar Petrosian, mas desta vez a batalha teria um desfecho diferente: o desafiante estava melhor preparado, e contava com dois excelentes auxiliares, os Grandes Mestres Nikolai Krogius e Igor Bondarevsky. Neste segundo encontro, realizado entre os meses de abril e junho de 1969, Spassky exibiu um jogo esplêndido, combinando a estratégia posicional com ataques táticos, obtendo assim uma vitória por 12,5 x 10,5 (+6 -4 =13) e convertendo-se no décimo campeão mundial. Mas Spassky, agora detentor do título que tanto orgulhava o regime soviético, não imaginava que iria perdê-lo três anos depois contra o temido representante do Ocidente capitalista, o estadunidense Robert James Fischer.


Petrosian vs. Spassky - Campeonato Mundial de 1969


O match de 1972 pelo Campeonato Mundial foi não apenas o mais importante da história do jogo, mas também um dos mais conturbados. Daremos maiores detalhes sobre o desenrolar desse confronto na publicação dedicada a Bobby Fischer. Por ora, vamos indicar a leitura de uma postagem anterior aqui do blog, que explica por que esse match se tornou tão célebre (leia aqui). Apesar de contar com o apoio dos principais Grandes Mestres soviéticos, que a mando das autoridades haviam disponibilizado aos treinadores de Spassky conselhos para tentar derrotar o gênio norte-americano, o campeão mundial sucumbiu diante do seu poderoso adversário. Das 21 partidas disputadas, Spassky venceu três e Fischer sete, registrando-se 11 empates. O russo foi prejudicado pelo excesso de confiança, afinal nunca havia perdido para Fischer antes de 1972. A exemplo do que ocorrera com Capablanca em seu enfrentamento contra Alekhine, Spassky subestimou o adversário e não levou a sério a preparação para o match, tanto no aspecto teórico quanto no aspecto prático. Com isso não queremos dizer que o êxito de Fischer não foi merecido, mas sim que a luta poderia ter sido muito mais acirrada se Spassky tivesse se preparado adequadamente. A derrota perante o "inimigo" Fischer colocou Spassky em uma situação difícil. Ele ficou sob suspeita das autoridades do seu país, furiosas pelo fato de o título mundial de xadrez, que tratavam como se fosse propriedade da nação soviética, ter passado às mãos de um jogador ocidental. Mikhail Botvinnik, considerado o Patriarca da Escola Soviética de xadrez, chegou a acusar Spassky de ter "vendido" o título aos norte-americanos, afirmação que reflete o clima de paranoia que imperava durante a Guerra Fria. Apesar da perda do título, Spassky provou que seguia pertencendo à elite, ao vencer o campeonato soviético de 1973, diante de Karpov, Kortchnoi, Polugaevsky e outras estrelas. No entanto, não foi capaz de superar Karpov durante o Torneio de Candidatos de 1974, e desse modo viu-se privado de um novo confronto contra Fischer. Em 1978, ele emigrou para a França, e lá adquiriu a cidadania francesa.




No que diz respeito ao seu estilo de jogo, Spassky foi sem dúvida o exemplo mais bem acabado do enxadrista de estilo "universal", pois conseguia jogar igualmente bem todas os tipos de posições, tanto abertas quanto fechadas, tanto táticas quanto posicionais. Dominava todas as fases do jogo e sentia-se confortável tanto atacando quanto defendendo. Ao longo da sua carreira enxadrística, teve a sorte de contar com ótimos treinadores, que o ajudaram a desenvolver suas aptidões, a exemplo de Tolush e Bondarevsky. Spassky chegou a disputar algumas competições integrando a equipe francesa, como as Olimpíadas e o campeonato mundial por equipes. Seu último grande êxito competitivo ocorreu em 1983, em Linares (Espanha), onde foi o vencedor, com meio ponto à frente do então campeão mundial Karpov. Em 1992, jogou um segundo match contra Bobby Fischer, na Ioguslávia. O referido match foi anunciado como sendo uma reedição do Campeonato Mundial, o que, obviamente, soava patético, uma vez que os dois velhos rivais não se encontravam mais em sua melhor forma. Assim como se deu 20 anos antes, o russo foi derrotado novamente. Boris Spassky ficou conhecido pelo seu comportamento cavalheiresco, e é um dos poucos campeões mundiais que não chegou a escrever nenhum livro, havendo publicado somente umas poucas análises. Em 2010, ele sofreu um derrame cerebral que deixou o lado esquerdo do seu corpo paralisado, obrigando-o a viver em uma cadeira de rodas. Atualmente com 83 anos de idade, ele ainda mora na França, e até certo tempo atrás podia ser visto participando de grandes eventos enxadrísticos, como convidado de honra.


Spassky em 2014


A partida que exibiremos a seguir foi jogada na etapa de quartas-de-final do Torneio de Candidatos de 1968, e mostra como Spassky, empregando a Siciliana Fechada, consegue demolir, à base de sacrifícios, as defesas do fortíssimo GM russo Efim Geller!



sábado, 25 de julho de 2020

DESAFIO DE XADREZ - JOAQUIM VENCE A PRIMEIRA!


Demorou, mas aconteceu! A quinta partida do Desafio de Xadrez entre o editor deste blog e Joaquim Virgolino Filho, disputada na noite de ontem (24/07), terminou com vitória de Joaquim, que agora ganha novo ânimo para prosseguir lutando pela vitória no match amistoso, programado para 10 partidas. Ao contrário do que foi informado na publicação de ontem (leia aqui), se a vantagem do enxadrista Jales se ampliar a tal ponto que ele não possa mais ser alcançado no placar, o match será finalizado sem que haja a necessidade de se jogarem os 10 jogos. Pois bem, feito esse esclarecimento, vamos a um resumo da partida: tendo mais uma vez as peças brancas, decidi abrir o jogo com 1. e4, e meu oponente respondeu novamente com a Caro-Kann, pelo visto sua arma favorita para enfrentar a abertura do peão do rei. Após 1. e4 c6 2. d4 d5, optei pela Variante do Avanço, jogando 3. e5, uma linha que já utilizei várias vezes contra a Caro-Kann, mas que já não vinha praticando há algum tempo. Depois de algumas trocas no meio-jogo, ganhei o peão de b7 com minha dama e fiquei em posição vantajosa, mas Joaquim não se intimidou e partiu para o ataque com sua dama e um cavalo. Procurei seguir um plano padrão, avançando o peão da coluna f para tentar abrir essa coluna e desfechar um ataque contra o rei negro, mas eis que Joaquim manobrou o cavalo e ameaçou mate com a dama em g2, apoiada pelo cavalo (ver diagrama abaixo). Tratava-se de um ataque facilmente defensável, mas por incrível que pareça não enxerguei a ameaça e, na posição do diagrama, joguei 30. fxe6??, cometendo o erro mais grotesco do match até agora e levando mate na sequência!


Posição da 5ª partida: negras armaram o mate e as brancas não viram!


Placar após 5ª partida: Jales 3,5 x 1,5 Joaquim


Com esse resultado, o placar do match está agora em 3,5 x 1,5 a meu favor, mas Joaquim, a quem parabenizo pela vitória, ainda está vivo na disputa e pode surpreender. O próximo jogo está previsto para a terça-feira, dia 28/07. Até breve!

VOCÊ SABIA?


Você sabia que no chaturanga, o ancestral do xadrez moderno, a peça que hoje conhecemos como bispo era denominada elefante? Em muitas línguas, esse nome sobrevive até hoje. Na Rússia, por exemplo, a palavra slon, que significa "elefante", é usada para designar essa peça. Segundo historiadores do xadrez, o elefante foi substituído pelo bispo por volta do século XII, e a mudança de nome decorreu da grande influência exercida pela Igreja Católica na Idade Média.



sexta-feira, 24 de julho de 2020

DESAFIO DE XADREZ - VALE PREMIAÇÃO!


Logo mais, às 21:00 h, será disputada a quinta partida do Desafio de Xadrez entre o editor deste blog e o maestro Joaquim Virgolino Filho, um dos grandes entusiastas do nobre jogo em nosso estado. Quando Joaquim me convidou para jogar esse match amistoso, no início deste mês, eu aceitei de imediato, e fiquei ainda mais animado com a proposta lançada por ele, de premiar o vencedor do duelo com um troféu personalizado e a quantia de R$ 100,00. Pois bem, o troféu já foi confeccionado (ver foto) e em breve será repassado às mãos do enxadrista vitorioso, juntamente com o prêmio em dinheiro. Se tudo transcorrer conforme o cronograma programado inicialmente, a 10ª e última partida será jogada no dia 11 de agosto. Por enquanto estou liderando o match, com três vitórias e um empate em quatro jogos, mas isto não quer dizer que a disputa já está decidida. Joaquim, como jogador experiente que é, ainda pode encontrar o seu melhor jogo nas partidas restantes e me causar problemas, e até mesmo reverter o placar e vencer o desafio! Apenas a deusa Caíssa sabe o que está reservado aos dois contendores nos próximos embates... continuem acompanhando!



quinta-feira, 23 de julho de 2020

WANDERLEY É CAMPEÃO PARAIBANO DE BLITZ!


Foi finalizada na noite de ontem (22/07) a quarta e última etapa do Campeonato Paraibano de Blitz On-Line, competição que foi organizada por iniciativa do MN Evandro Rodrigues e que contou com o apoio de vários jogadores e da Federação Paraibana de Xadrez. O torneio foi disputado na plataforma Lichess, com o ritmo de jogo de 3'+2", e sua participação era reservada aos paraibanos de nascimento, residentes ou federados pelo estado junto à CBX. Após 4 etapas bastante acirradas, o grande campeão foi o enxadrista campinense Rodrigo Wanderley, que confirmou sua condição de forte jogador de xadrez relâmpago ao desbancar nomes de peso como Rondinelle Pessoa, Marcello Urquiza, dentre outros. Wanderley somou 35,5 pontos em 44 possíveis, um ótimo índice de 80,7% de aproveitamento dos pontos disputados. Completando o pódio vieram Sérgio Farias, de Campina Grande, e Rondinelle de João Pessoa, ambos empatados em 2º-3º lugares, com 32,5 pontos. 


O campeão paraibano de blitz on-line, Rodrigo Wanderley

Além desses três enxadristas já citados, foram premiados os melhores classificados em cada categoria. O melhor jogador sênior foi Marcello Urquiza (29,0 pontos), o melhor sub 2000 foi João Tejo (26,0 pontos), a melhor feminino foi Sara Soares de Medeiros (23,5 pontos), o melhor sub 1800 foi Antônio Dutra (23,5 pontos), o melhor sub 1700 foi Davi Ramos (20,0 pontos), o melhor sub 1600 foi Gelson Teixeira (17,5 pontos) e o(a) melhor sub 1500 será definido(a) no desempate entre Isaac de Medeiros e Valdemiza Gurgel. Cabe ainda ressaltar o destacado desempenho do jogador Fagner Lima, da cidade de Baraúna, que finalizou o torneio em 5º lugar geral, com 29,5 pontos. A classificação completa pode ser visualizada no quadro abaixo. 


 
  

Parabenizamos os organizadores pela iniciativa de promover este grandioso evento, e torcemos para que este I Campeonato Paraibano de Blitz On-Line tenha continuidade, com outras edições nos próximos anos. Parabéns também ao MN Evandro, que soube conduzir o andamento das etapas e a classificação final com organização e empenho. Como ponto negativo do torneio, poderíamos mencionar apenas a atitude presunçosa de alguns jogadores que, inconformados em perder para adversários de rating inferior ao seu, acionaram o site Lichess para denunciar o possível uso de engines por parte de oponentes íntegros, que os derrotaram de maneira limpa, numa clara demonstração de que não sabem perder com dignidade. Por fim, parabenizamos o campeão Rodrigo Wanderley pela bela exibição, e os demais vencedores nas diferentes categorias. Até a próxima edição do evento, se Deus quiser!