Mamanguape é um município localizado na microrregião do Litoral Norte da Paraíba, com uma população de cerca de 45 mil habitantes, figurando atualmente como o 11º município mais populoso do estado. Sua importância histórica é inegável, pois foi nas terras que dariam origem ao território mamanguapense que foram travadas muitas batalhas pela conquista da Paraíba, entre o colonizador português e a aguerrida nação dos gentios pitiguaras, no longínquo século XVI. Em meados do século XIX, Mamanguape era uma potência econômica regional, com um próspero comércio, disputando com a capital paraibana o posto de cidade mais rica e importante da província da Parahyba do Norte. Nessa época áurea, nasceram ou viveram em Mamanguape homens ilustres, de grande potencial intelectual e prestígio em suas áreas de atuação, a exemplo do escritor e jornalista Carlos Dias Fernandes, do Padre Azevedo, inventor da máquina taquigráfica, de Flávio Clementino da Silva Freire, o Barão de Mamanguape, que foi Presidente da província e senador do Império, do político e magistrado João Pereira de Castro Pinto, do político e escritor Álvaro de Carvalho, entre tantos outros. Também no século XIX, no ano de 1859, Mamanguape recebeu o Imperador Dom Pedro II e sua comitiva, que visitaram a cidade em missão oficial, após terem passado por outras localidades da província. A casa onde o Imperador ficou hospedado foi transformada em museu, e hoje abriga o Paço Municipal. Conservando ainda muitos prédios e casarões antigos, a cidade foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (IPHAEP), no ano de 1979.
Apesar de ser uma terra rica em história e tradição cultural, até bem pouco tempo atrás minha cidade não contava com um grupo coeso de enxadristas, que estivessem dispostos a se reunir periodicamente para estudar e praticar o jogo-arte-ciência. Como filho de Mamanguape e um apaixonado pela Arte de Caíssa, fiz algumas tentativas de reunir enxadristas a fim de fundar um clube de xadrez na cidade, mas essas tentativas foram infrutíferas, devido ao pouco interesse demonstrado pelos meus conterrâneos. Até que, para minha grande surpresa, em janeiro deste ano tomei conhecimento da existência de um grupo de jovens que estava se reunindo para jogar toda terça-feira à noite, na praça central da cidade. Resolvi ir ver essa maravilha com meus próprios olhos, acompanhado do meu velho parceiro de jogo Luciano Santos, e realmente encontrei na praça seis jovens, debruçados sobre os tabuleiros, concentrados nos movimentos das peças, jogando com seriedade e entusiasmo! Nesse momento senti uma profunda alegria, pois finalmente, depois de tantos anos, o sonho de fundar um clube de xadrez em Mamanguape parecia estar próximo de se tornar realidade!
Logo começamos a interagir e, para manter contato com os garotos (acho que posso chamá-los assim, já que ultrapassei a casa dos 40 anos), criei um grupo no whatsapp, através do qual passamos a nos comunicar. Também tive a oportunidade de participar de alguns encontros nas terças à noite, isso antes da pandemia. A equipe é formada por jovens entre 13 e 22 anos de idade, que conheceram o xadrez por meio do pai ou de colegas de escola. Os meninos jogam relativamente bem, e demonstram interesse em aprender cada vez mais, que é um fator fundamental no progresso em qualquer área do conhecimento, não só no xadrez. Um deles, Bruno Vasconcelos, de 20 anos, chegou a vencer alguns torneios quando criança. Além desses jogadores mamanguapenses, o grupo conta também com a presença de um jovem da cidade de Marcação, a 20 km de Mamanguape, chamado Danilo Figueiredo, de 23 anos. Danilo joga xadrez há menos de 4 anos, mas tem apresentado uma rápida evolução nos últimos meses, inclusive já conseguiu derrotar, em torneios on-line, fortes nomes do xadrez paraibano, a exemplo de Elton John, de Guarabira, e Fagner Lima, de Baraúna. E assim, meus amigos, estou esperançoso de que essa nova geração de jogadores possa contribuir significativamente para o desenvolvimento do xadrez, não só em Mamanguape, como em toda a região circunvizinha. Torço para que eles mantenham o entusiasmo e o interesse no estudo do jogo, a fim de se aprimorarem cada vez mais, e espero que em breve, assim que os torneios presenciais forem retomados, possamos formar uma equipe competitiva, que irá participar desses torneios, representando a cidade de Mamanguape, honrando a tradição cultural desse lindo recanto da nossa querida Paraíba... Viva o xadrez mamanguapense! Foco nos treinos, garotada! Vocês tem futuro!!
Equipe de enxadristas mamanguapenses: em pé, da esq. para dir., Winícius, William, Rian, Rionaldo e Andrey; agachados, Jales e Bruno. |
SHOW DE CHESS!!! FICO MUITO FELIZ QUANDO ESCUTO ESTAS NOTICIAS, PARABÉNS A TODOS.
ResponderExcluirAmei,essas fotos. Fico feliz a sua participação com esses garotos .transferir conhecimentos ,desenvolvimento e prazer que o xadrez conduz,. E bastante gratificante para a FAMILIA ENXADRISTICA.PARABENS
ResponderExcluirMuito bom! Adorei as informações históricas da minha terrinha querida.
ResponderExcluirParabéns Jales! Amei conhecer um pouco da história de Mamanguape através deste blog. Isso prova que o Batalha também é cultura. Quem sabe, um dia irei conhecer Mamanguape! Parabéns a esses jovens(lindas fotos) e a você que sempre está incentivando o xadrez! Você é um verdadeiro "Caçador de xadrez"!
ResponderExcluirAbraço! Céu
Parabéns Jales! Gosto muito de jogar xadrez boa iniciativa.
ResponderExcluirObrigado amigos, que bom que gostaram! Céu, quando nós formos organizar um torneio aqui em Mamanguape, você será nossa convidada de honra!
ResponderExcluirPensar que tudo isso começou com apenas 4 alunos do 2° ano médio, foram muitas batalhas para conseguir formar esse grupo e evoluir o nosso xadrez em uma escola que mal valorizava o jogo, felizmente conseguimos com luta fazer um eletiva de xadrez na escola o que nos ajudou a evoluir nosso xadrez e a ensinar ao outros alunos esse maravilhoso jogo, infelizmente 2 dos primeiros que iniciaram o clube não estão jogando mais, apenas eu e Rionaldo restamos dos iniciais, mas com a evolução que estamos tendo desde o começo desse ano quando apareceu o mestre Jales, estamos animados, e desejamos lutar mais para espalhar esse jogo pela nossa amada cidade, e evoluirmos nosso xadrez.
ResponderExcluirOrgulho dessa equipe que formamos.
~Adryan Winícius
Show de bola! Vamos botar esses enxadristas pra frente. Uma sugestão que eu tenho de dar é que não deveríamos nos reunir apenas pra jogar. Acho que a questão do aprendizado e da evolução e primordial nessa fase inicial. Em suma, quem sabe mais, deve dar umas instruções para que todos cresçamos juntos.
ResponderExcluirPensar que tudo isso começou com apenas 4 alunos do 2° ano médio, foram muitas batalhas para conseguir formar esse grupo e evoluir o nosso xadrez em uma escola que mal valorizava o jogo, felizmente conseguimos com luta fazer um eletiva de xadrez na escola o que nos ajudou a evoluir nosso xadrez e a ensinar ao outros alunos esse maravilhoso jogo, infelizmente 2 dos primeiros que iniciaram o clube não estão jogando mais, apenas eu e Rionaldo restamos dos iniciais, mas com a evolução que estamos tendo desde o começo desse ano quando apareceu o mestre Jales, estamos animados, e desejamos lutar mais para espalhar esse jogo pela nossa amada cidade, e evoluirmos nosso xadrez.
ResponderExcluirOrgulho dessa equipe que formamos.
~Adryan Winícius
É isso aí pessoal, concordo com vocês. Quando passar essa pandemia, vamos tentar diversificar nossa atuação, não fazer encontros apenas para jogar, e sim para estudar também! E começar a participar de torneios em outras cidades, que é um outro passo muito importante para a evolução do enxadrista. Vamos em frente!
ResponderExcluirQue chique! Obrigada Jales! Céu
ResponderExcluir