sábado, 18 de abril de 2020

TORNEIOS ON-LINE SÃO O FUTURO DO XADREZ?


Amigo(a)s, compartilho com vocês um interessante texto de autoria do GM brasileiro Rafael Leitão, acerca dos torneios de xadrez on-line. Por falar nisso, aproveito para lembrar que hoje (18/04), às 19:00 horas, será realizado no site Chess.com o torneio de inauguração do clube de xadrez on-line Xadrez Paraibano. Para obter mais informações, leia a nossa publicação de ontem, sobre o clube (https://batalhadementes.blogspot.com/2020/04/paraiba-ganha-clube-de-xadrez-on-line.html). Espero encontrá-los no torneio de inauguração, um abraço!



 TORNEIOS ON-LINE SÃO O FUTURO DO XADREZ?

     Por GM Rafael Leitão 


A crise do Covid-19 acarretou uma situação inusitada em que praticamente todos os grandes eventos esportivos foram cancelados. O Torneio de Candidatos foi um dos últimos a resistir, mas eventualmente teve que ser adiado quando estava na metade. Isso acabou acelerando uma tendência que já estava clara: torneios de xadrez online cada vez mais importantes, com premiação e jogadores titulados participando.
Praticamente todos os dias os grandes sites (chesscom, chess24 e lichess) organizam algum torneio online de expressão. As transmissões incluem grandes enxadristas internacionais e também brasileiros, como o Krikor, o Quintiliano, a Julia Alboredo.
Os eventos vão batendo recorde de participação (esses dias o “Titled Tuesday” do Chesscom teve 888 jogadores inscritos) e de público nas transmissões. Imagino que a transmissão de ontem do match Carlsen x Firouzja tenha batido todos os recordes. O campeão contra a promessa, um drama que terminou com resultado surpreendente (e que será tema de um email separado).
Sexta-feira (17/04) teremos mais um marco. Pela primeira vez será disputado um torneio aberto online com ritmo pensado. O “Aberto de Sitges” terá muitas dificuldades, como tudo que é pioneiro, principalmente a eterna questão de como evitar as trapaças. Mas é inegável que é um evento animador, especialmente para quem gosta de jogar xadrez mas não gosta tanto dos ritmos muito rápidos. 
Sitges, no litoral da Espanha, me traz lembranças especiais. Eu joguei o torneio presencial em 1991, pouco depois de ganhar o campeonato mundial sub-12, na Polônia. Lá eu pude usar um bote inflável que eu havia recebido como um dos prêmios do título mundial - talvez o prêmio mais estranho que eu já recebi em toda minha carreira. Essa história rendeu boas piadas quando fui no “Jô Onze e Meia” naquele mesmo ano. Quem viu, viu.
Talvez essas memórias tenham me deixado mais otimista em tempos tão estranhos. O xadrez online está crescendo e essa é uma ótima notícia para todos nós.



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