segunda-feira, 8 de abril de 2019

DIFERENÇA ENTRE TÁTICA E COMBINAÇÃO


Táticas e combinações são dois conceitos que estão intimamente relacionados na teoria do xadrez. Para o Grande Mestre estadunidense Yasser Seirawan, “táticas são manobras que aproveitam oportunidades imediatas”. Esse respeitado autor classifica como táticas os ataques duplos, a cravada, o xeque-descoberto, entre outros tipos de manobras. A combinação, por sua vez, é mais difícil de se definir, havendo, inclusive, discordâncias entre os teóricos. De acordo com o Grande Mestre supracitado, “a combinação é um sacrifício, acompanhado de uma sequência forçada de lances, que explora peculiaridades específicas de uma posição, na esperança de atingir certo objetivo”. Já Alexandru Sorin Segal, notável enxadrista romeno naturalizado brasileiro, defende, em seu livro Fundamentos de Tática, que a combinação “é um elemento principal da tática na qual a parte ativa obtém uma vantagem objetiva, com a ajuda de uma série de lances forçados (com ou sem sacrifícios) que, na totalidade, produz uma impressão estética”. 

Percebe-se uma divergência entre as duas definições acima, uma vez que, para Seirawan, o sacrifício de peças é obrigatório na combinação, enquanto que para Segal o sacrifício é opcional. Apesar disso, o que desejamos destacar é que a combinação se baseia em uma série forçada de lances e que produz nos jogadores e espectadores uma impressão estética, isto é, relativa à percepção e apreciação do belo! Na foto abaixo acha-se retratado o genial enxadrista estadunidense Paul Morphy (1837-1884), um dos maiores jogadores de todos os tempos, tático de talento excepcional e um legítimo artista do tabuleiro! Nas próximas postagens trarei um exemplo de combinação, retirado de uma partida de Morphy, para ilustrar o seu efeito estético na partida de xadrez.


               Paul Charles Morphy (1837-1884)
 

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