Táticas e combinações são dois conceitos que estão intimamente
relacionados na teoria do xadrez. Para o Grande Mestre estadunidense
Yasser Seirawan, “táticas são manobras que aproveitam oportunidades
imediatas”. Esse respeitado autor classifica como táticas os ataques
duplos, a cravada, o xeque-descoberto, entre outros tipos de manobras. A
combinação, por sua vez, é mais difícil de se definir, havendo, inclusive, discordâncias
entre os teóricos. De acordo com o Grande
Mestre supracitado, “a combinação é um sacrifício, acompanhado de uma
sequência forçada de lances, que explora peculiaridades específicas de
uma posição, na esperança de atingir certo objetivo”. Já Alexandru Sorin
Segal, notável enxadrista romeno naturalizado brasileiro, defende, em
seu livro Fundamentos de Tática, que a combinação “é um elemento
principal da tática na qual a parte ativa obtém uma vantagem objetiva,
com a ajuda de uma série de lances forçados (com ou sem sacrifícios)
que, na totalidade, produz uma impressão estética”.
Percebe-se uma divergência entre as duas definições acima, uma vez que,
para Seirawan, o sacrifício de peças é obrigatório na combinação,
enquanto que para Segal o sacrifício é opcional. Apesar disso, o que
desejamos destacar é que a combinação se baseia em uma série forçada de
lances e que produz nos jogadores e espectadores uma impressão estética,
isto é, relativa à percepção e apreciação do belo! Na foto abaixo acha-se retratado o genial enxadrista
estadunidense Paul Morphy (1837-1884), um dos maiores jogadores de todos
os tempos, tático de talento excepcional e um legítimo artista do
tabuleiro! Nas próximas
postagens trarei um exemplo de combinação, retirado de uma partida de Morphy, para ilustrar o seu efeito
estético na partida de xadrez.
Paul Charles Morphy (1837-1884) |
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