A posição do diagrama a seguir ocorreu em Nova Iorque, no ano de 1888.
A partida e o diálogo entre os adversários continuou da seguinte forma:
O jogador das brancas:
- Ofereço empate.
O jogador das negras:
- Sinto muito, mas a partida está ganha para mim.
1. ... h5 2. Rf3
O jogador das brancas:
- Mas você não sabe que os finais com bispos de cor diferente não se podem ganhar?
2. ... Rg5
O jogador das negras:
- Se é empate, logo veremos no final da partida.
3. Re2
As brancas:
- Renovo minha oferta de empate, você não vê que é impossível ganhar?
3. ... Rh4
As pretas:
- Por favor, não me moleste mais com sua oferta de empate.
4. Rf3
- Empate?
4. ... Rh3
- Mas você não percebe que só tem um bispo e eu não posso perder?
5. Re2 h4??
O jogador das negras percebe, de repente, seu erro e oferece a mão ao adversário, dizendo:
- Bem, agora sim, creio que é empate.
6. Rf3
- Vamos jogar mais um par de jogadas. Agora eu não quero empate.
6. ... Bg1 7. Bg2 mate!
Que forma desastrada de conduzir um final, hein amigo(a)s? Curiosamente, ao colocar essa posição para o Fritz 13 analisar, constatei que o programa aponta vantagem decisiva para as negras de 4,73 (!), mas não consegue indicar a sequência vencedora! Basta que o rei branco permaneça em e2 e o bispo branco fique se movimentando ao longo da diagonal longa, e pronto... as negras não tem como forçar a vitória. Ou seja, no final das contas o jogador das brancas estava certo: a posição do diagrama está tecnicamente empatada, mesmo estando as negras com três peões a mais, o que nos mostra o quão problemáticos podem ser os finais com bispos de cores opostas.
(Extraído do livro O xadrez dos Grandes Mestres: 400 conselhos para melhorar seu nível enxadrístico. MANZANO, A. L.; GONZÁLEZ, J.M. Porto Alegre: Artmed, 2002).
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