domingo, 8 de setembro de 2019

OS 14 GRANDES MESTRES BRASILEIROS - HENRIQUE MECKING


Dando sequência a nossa série de postagens sobre os 14 Grandes Mestres brasileiros, com base no e-book do GM Rafael Leitão intitulado Os 14 Grandes Mestres brasileiros: e o que você pode aprender com eles, chegou a hora de falarmos dele, o melhor enxadrista da história do xadrez brasileiro, Henrique Costa Mecking, ou "Mequinho", como ele é carinhosamente chamado. Graças aos numerosos êxitos alcançados ao longo da sua carreira, Mecking merece ter seu talento reconhecido por toda a comunidade enxadrística nacional.

Mecking aprendeu a jogar aos 5 anos de idade, com sua mãe, e logo viria a se transformar em um autêntico menino-prodígio: em 1964, aos 12 anos, venceu o Campeonato Gaúcho, e aos 13 anos (1965) conquistou pela primeira vez o Campeonato Brasileiro de Xadrez, para assombro geral. No ano seguinte, finalizou em 1º lugar (empatado com mais três jogadores) o Zonal Sulamericano de Rio Hondo, na Argentina, torneio em que teve a oportunidade de derrotar um Grande Mestre - Oscar Panno - pela primeira vez. Em 1967, aos 15 anos, viriam mais dois sucessos: a conquista do Campeonato Brasileiro daquele ano, e a participação no Interzonal de Sousse, na Tunísia, torneio que contou com a presença de membros da elite internacional. Embora não tenha se saído muito bem nessa competição, Mecking iria vencer dois Interzonais consecutivos, o de Petrópolis, em 1973, e o de Manila, em 1976. Nesses dois fortíssimos torneios, Mequinho disputou um total de 36 partidas, com o resultado de 15 vitórias, 20 empates e apenas 01 derrota!

Lamentavelmente, no ano de 1978, quando estava no auge de sua carreira, Mecking foi diagnosticado com miastenia gravis, uma doença rara e considerada incurável. A doença o obrigou a afastar-se do xadrez para buscar tratamento, e com isso Mecking ficou longe dos tabuleiros por 17 anos. Ainda assim, em 1978 nosso Mequinho chegou a ocupar a 3ª posição no ranking mundial, atrás apenas de Anatoly Karpov e de Victor Kortchnoi, um feito que dificilmente será igualado por outro enxadrista brasileiro. Apesar de tantos sucessos e de ter pertencido à elite do xadrez, Mecking nunca chegou a ser um sério aspirante ao título mundial, pois a miastenia o impediu de continuar progredindo. Atualmente, aos 67 anos, Mecking ainda toma parte em alguns torneios, mas já não exibe a mesma força que tinha no passado. Feita essa introdução, vejamos o que nos diz o GM Rafael Leitão a respeito desse fantástico jogador: 


  HENRIQUE MECKING


Henrique Mecking (Santa Cruz do Sul, 1952), o Mequinho, como é conhecido, é considerado a lenda do xadrez brasileiro. Bicampeão do Torneio Interzonal e duas vezes candidato a desafiante ao título mundial, Mequinho, no ano de 1977, alcançou a terceira posição no ranking mundial. Infelizmente, por motivo de doença, precisou se afastar e sua carreira saiu prejudicada. Retornou apenas em 1991 às competições, atuando ainda em alto nível. 
O primeiro Grande Mestre brasileiro ainda disputa matches e alguns torneios. Seu retorno aos torneios abertos aconteceu em fevereiro de 2017, quando jogou o III Floripa Chess Open, ficando em 15º lugar, o que o fez retornar à lista da FIDE como o nº 2 do Brasil em março de 2017, posto que ainda ocupa.

Estilo de jogo:

Mequinho é um jogador fanático pelo xadrez, que se formou em uma época na qual não havia computador e isso favoreceu o desenvolvimento da sua grande capacidade de trabalho e dedicação. Destaca-se pela boa preparação de abertura, mas o ponto alto do seu jogo é ter uma excelente técnica de finais, calculando muito bem.

O que você pode aprender com ele?

Desde muito cedo Mequinho demonstrou que o estudo compensa. Ele sempre foi capaz de estudar xadrez durante muitas horas seguidas, aperfeiçoando especialmente sua capacidade de cálculo e técnica de finais.
Dizem que a diversão de Mequinho quando criança era procurar "furos" (variantes erradas) no livro Basic Chess Endgames, de Reuben Fine. A mensagem é clara: não basta apenas ter talento, é preciso se dedicar. 

Partida memorável:

Como partida memorável jogada por Mequinho, o GM Rafael Leitão indica o seguinte jogo, no qual Mecking consegue sobrepujar ninguém menos do que o aguerrido Victor Kortchnoi, que foi durante muitos anos o número 2 do mundo!


GM Henrique Mecking (1952 -      )


FONTE:

LEITÃO, Rafael. Os 14 Grandes Mestres Brasileiros: e o que você pode aprender com eles. E-book disponibilizado para download gratuitamente.
  

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