Por
Luiz Fábio Alves Jales
Quem
convive comigo sabe que o xadrez é uma das coisas que mais me proporciona
satisfação. Eu amo profundamente o xadrez, e esse amor certamente perdurará
pelo resto de minha vida. Eu gosto não só de jogar, mas também de ler, de
estudar, de escrever sobre o jogo, de disputar torneios etc.
Em
relação a minha participação nos torneios, nos últimos anos passei a competir
com menos frequência, devido a compromissos profissionais e, sobretudo,
familiares. Mesmo assim, não abro mão de jogar algumas competições que
considero importantes, dando prioridade a dois torneios pensados que são
realizados todos os anos aqui na Paraíba: o Aberto do Brasil - Memorial Bobby
Fischer e o Campeonato Paraibano.
Neste
ano de 2019, a notícia de que seria realizado mais um Aberto do Brasil, o I
Memorial Machado de Assis, fez com que eu me programasse, desde o início do
ano, para estar presente em três torneios pensados: o Memorial Bobby Fischer, o
Memorial Machado de Assis e o Campeonato Paraibano. Porém, para meu
desapontamento, uma regra esdrúxula criada pela Federação Paraibana
de Xadrez (FPBX) haveria de frustrar os meus planos.
Permitam-me
explicar a situação: no final do mês de maio, a FPBX publicou o regulamento do
I Memorial Machado de Assis (o regulamento pode ser acessado por meio do
seguinte link: (https://reinodecaissa.blogspot.com/2019/05/aberto-do-brasil-i-memorial-machado-de.html).
No referido regulamento, foi veiculada a informação de que um dos objetivos do
citado torneio era “classificar os cinco melhores enxadrista paraibanos para
disputar o título de campeão paraibano que será realizado no mês de dezembro
de 2019” (sic). Assim sendo, de
acordo com essa regra idealizada pela FPBX, o Campeonato Paraibano de 2019 terá
o formato de um sextangular, devendo reunir o atual Campeão Paraibano de Xadrez,
Luiz Antônio Tomaz, juntamente com os cinco paraibanos melhores classificados
no Memorial Machado de Assis.
A
princípio, não me dei conta dessa novidade. Somente no mês de julho, ao
procurar saber notícias sobre o Campeonato Paraibano, tive conhecimento da
despropositada resolução tomada pela FPBX, resolução esta que, a meu ver, foi
duplamente infeliz: primeiramente porque o Memorial Machado de Assis e o Campeonato
Paraibano são dois eventos distintos, por isso não faz sentido querer condicionar
a participação dos enxadristas no Campeonato Estadual à obtenção de uma
classificação em outro torneio que não tem qualquer relação com este último!
Além disso, ao determinar que apenas os cinco melhores colocados no Memorial
Machado de Assis terão direito de jogar o Estadual, a FPBX promove a
“elitização” dessa competição, convertendo um evento que deveria ser aberto a
todo(a)s o(a)s interessado(a)s em um torneio reservado a um grupo restrito, formado pelos jogadores tecnicamente mais qualificados do xadrez local.
Sentindo-me
prejudicado com essa situação, no dia 15 de julho encaminhei por e-mail um
requerimento à Diretoria Executiva da FPBX, solicitando a alteração no formato
de disputa do Campeonato Paraibano de Xadrez, de modo que ele voltasse a ser
aberto a todos os enxadristas do estado, como vinha ocorrendo nas edições
anteriores. No documento, argumentei que, se o formato atual fosse mantido, eu
e os demais jogadores de nível técnico menos elevado ficaríamos impossibilitados
de tomar parte no Campeonato Estadual, simplesmente por não termos condições de
nos classificar dentro das míseras cinco vagas ofertadas para o Paraibano de
2019. Dessa forma, enxadristas que tradicionalmente têm participado do Campeonato
Paraibano, como Petrov Baltar, Eny Nóbrega, Alexandre César, Antônio Dutra,
Valdemiza Gurgel, Ubirajara Barros e outros, este ano certamente ficariam
excluídos dessa importante competição.
Infelizmente,
a resposta ao meu requerimento, emitida pelo Presidente da FPBX, foi negativa.
Em sua resposta, o Sr. Fernando Melo alegou que a decisão já havia sido tomada
pela Diretoria da FPBX, deixando claro que o formato de disputa do Campeonato
Paraibano não sofreria alteração.
Insatisfeito
com o rumo dos acontecimentos, no dia 19 de agosto enviei um segundo
requerimento à Diretoria da FPBX, solicitando dessa vez que a quantidade de
vagas ofertada para participação no Campeonato Paraibano fosse aumentada de 05
para 25 ou 30, de modo a permitir que um maior número de enxadristas tivessem
condições de jogar o Paraibano de 2019. Após analisarem o pedido contido no meu
segundo requerimento, os membros da Diretoria da FPBX se reuniram e deliberaram
o seguinte: dentre os 25 paraibanos melhores colocados no Memorial Machado de
Assis, os 05 primeiros se classificariam de imediato para o Campeonato
Paraibano, e os outros 20 teriam que jogar um torneio ativo, a fim de disputar
mais duas vagas para o Campeonato Estadual. Dessa maneira, o Campeonato
Paraibano de 2019 deixaria de ser disputado por 06 jogadores e passaria a ter
08 competidores.
É
evidente que esse novo formato de disputa não muda em quase nada a situação
estabelecida anteriormente, pois mantém o processo de elitização já mencionado,
ao acrescentar apenas duas vagas ao rol de jogadores que terão o privilégio de estar no Campeonato Paraibano. Depois desse segundo
indeferimento, minha programação de jogar três torneios pensados em 2019 foi
por água abaixo, tendo em vista que não conseguirei jogar nem o Paraibano e nem
o Memorial Machado de Assis, uma vez que não posso participar de um torneio
regido por um regulamento com o qual não concordo.
Gostaria
de esclarecer que continuo nutrindo pelos integrantes da Federação
Paraibana de Xadrez o mesmo respeito e consideração de sempre, e reconheço o
empenho e a dedicação com que eles vêm conduzindo as atividades relacionadas ao
xadrez em nosso estado. Isto não significa que eu deva me abster de tecer
críticas construtivas à atual gestão da FPBX, quando estas se fizerem
necessárias. Apesar das boas intenções e da seriedade que têm marcado o
trabalho da citada Diretoria, seus membros não estão livres de cometer
equívocos, como no caso em questão. Nesse sentido, lamento a recusa da entidade
em atender meus dois requerimentos, o que demonstra a obstinação em transformar
a edição de 2019 do Campeonato Paraibano em um torneio reservado à elite. É
preciso ressaltar que, em virtude da posição que ocupam, as decisões da cúpula
da FPBX impactam toda a comunidade enxadrística paraibana, positiva ou
negativamente.
Para
finalizar, quero fazer um apelo aos atuais e aos futuros dirigentes da FPBX: procurem
entender que o Campeonato Paraibano de Xadrez deve ser aberto a TODOS os
enxadristas da Paraíba, independentemente do nível técnico desses enxadristas,
como tem ocorrido nos últimos anos. Portanto, evitem fazer modificações nesse
formato, em respeito aos jogadores que pagam suas anuidades, por vezes com dificuldade,
para terem o direito de participar dos torneios oficiais. Se quiserem organizar
um evento visando reunir somente os melhores da Paraíba, então que
criem um torneio específico para esse fim, que não seja o campeonato
estadual. A comunidade enxadrística paraibana agradece.
Como entro em contato contigo?
ResponderExcluirPorque vcs não tem nada sobre Jeová Mesquita? que foi o primeiro campeão paraibano de xadrez e que tenho como prova fotos e o troféu,esquecer os primeiros é esquecer como tudo começou, estou indignado pois minha mãe doou muito material pra vcs trabalhar e agora vejo que ele foi esquecido, pois é, c coisas dos desportivas da Paraíba falo com conhecimento de causa sempre da Paraíbana boa esportes aquáticos e seleção brasileira tbm.pena por o xadrez da PB é ingrato viu Francisco nogueira e companhia. Jeová Mesquita de Araújo foi o primeiro e ícone até hoje no xadrez da Paraíba. Franco Mesquita
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