Após a morte de Steinitz, vários jogadores brilhantes continuaram
abrindo novos caminhos teóricos para a evolução do xadrez. Em poucos
anos, aberturas e variantes foram criadas, conceitos estratégicos foram
aprimorados e antigos dogmas foram revistos. Pillsbury, Tarrasch, Réti,
Nimzowitsch, Rubinstein, Tartakower, Alekhine e Euwe foram os principais
nomes que colaboraram para o progresso da teoria nas primeiras décadas
do século XX. Mas o xadrez chegou ao seu
ápice como objeto de investigação científica com o trabalho de Mikhail
Botvinnik (1911-1995), o iniciador da Escola Soviética de Xadrez, que
dominou o cenário enxadrístico internacional por longo período.
GM Mikhail Botvinnik (1911-1995), 6º Campeão Mundial de Xadrez |
Botvinnik foi um profundo analista de todas as fases da partida, e
dedicou à teoria das aberturas especial atenção, concedendo-lhe a
importância que ela tem na atualidade. Possuía vastos conhecimentos
teóricos e enorme força de vontade, jogando com maestria as aberturas, o
meio-jogo e o final, tanto de brancas como de pretas. Seu jogo
caracterizava-se pela solidez e pelo refinado senso posicional, embora
ele também dominasse o jogo tático. Sua grande capacidade de trabalho,
esforço autocrítico e análise científica das suas partidas fizeram dele
um jogador completo. Quando se retirou do xadrez competitivo, no início
da década de 1970, dedicou-se à criação de um programa de xadrez e
fundou uma escola para treinamento de jovens talentos soviéticos, de
onde mais tarde emergiram os geniais 3 Ks: Karpov, Kasparov e Kramnik.
Numa próxima postagem vamos mostrar um resumo de suas ideias e contribuições
originais.
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