quarta-feira, 29 de maio de 2019

O XADREZ COMO CIÊNCIA - VI


Após a morte de Steinitz, vários jogadores brilhantes continuaram abrindo novos caminhos teóricos para a evolução do xadrez. Em poucos anos, aberturas e variantes foram criadas, conceitos estratégicos foram aprimorados e antigos dogmas foram revistos. Pillsbury, Tarrasch, Réti, Nimzowitsch, Rubinstein, Tartakower, Alekhine e Euwe foram os principais nomes que colaboraram para o progresso da teoria nas primeiras décadas do século XX. Mas o xadrez chegou ao seu ápice como objeto de investigação científica com o trabalho de Mikhail Botvinnik (1911-1995), o iniciador da Escola Soviética de Xadrez, que dominou o cenário enxadrístico internacional por longo período.


GM Mikhail Botvinnik (1911-1995), 6º Campeão Mundial de Xadrez


Botvinnik foi um profundo analista de todas as fases da partida, e dedicou à teoria das aberturas especial atenção, concedendo-lhe a importância que ela tem na atualidade. Possuía vastos conhecimentos teóricos e enorme força de vontade, jogando com maestria as aberturas, o meio-jogo e o final, tanto de brancas como de pretas. Seu jogo caracterizava-se pela solidez e pelo refinado senso posicional, embora ele também dominasse o jogo tático. Sua grande capacidade de trabalho, esforço autocrítico e análise científica das suas partidas fizeram dele um jogador completo. Quando se retirou do xadrez competitivo, no início da década de 1970, dedicou-se à criação de um programa de xadrez e fundou uma escola para treinamento de jovens talentos soviéticos, de onde mais tarde emergiram os geniais 3 Ks: Karpov, Kasparov e Kramnik.

Numa próxima postagem vamos mostrar um resumo de suas ideias e contribuições originais.


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