domingo, 3 de novembro de 2019

A IMPORTÂNCIA DOS TEMPOS DE VANTAGEM


Conta a lenda que o Barão de Münchhausen (personagem fictício), em um torneio de Moscou, em 1935, propôs aos mestres participarem de um divertido jogo. Oferecia tantas peças de vantagem quantos movimentos de jogo lhe dessem em troca. Os mestres aceitaram o desafio de Münchhausen, e se expressaram em tom jocoso. 
̶  Bem, vamos experimentar, primeiro, com todas as peças, disseram rindo.
̶  Se me tiram sete peças eu lhes dou mate em sete jogadas, que são meus tempos de vantagem  ̶  observou Münchhausen.




A sequência de lances de Münchhausen foi a seguinte: 1. e4, 2. g4, 3. e5, 4. g5, 5. g6, 6. e6, 7. exf7 mate.
Os mestres disseram então:
̶  Parece que demos tempos de vantagem excessivos. Experimentaremos com todas as peças, menos o bispo do rei.
A resposta do barão foi a seguinte: 1. e3, 2. Bc4, 3. g4, 4. g5, 5. g6, 6. Bxf7 mate. 




̶  Bem, desta vez lhe deixaremos o cavalo do rei, responderam rapidamente os mestres.
A continuação agora foi: 1. Cf3, 2. Cg5, 3. e4, 4. e5, 5. e6, 6. exf7 mate.   




Então disseram:
 ̶  Agora iremos deixar o bispo e o cavalo em f1 e g1. 
 ̶  Neste caso, os previno de que me serão de grande utilidade essas duas peças, disse Münchhausen, e anunciou mate em cinco jogadas.
Efetivamente: 1. e4, 2. Bc4, 3. Cf3, 4. Cg5, 5. Bxf7 mate.




A anedota evidentemente não é verdadeira, mas é útil para mostrar, aos que se iniciam no jogo, a importância dos tempos de vantagem no xadrez.


(Extraído do livro O xadrez dos Grandes Mestres: 400 conselhos para melhorar seu nível enxadrístico. MANZANO, A. L.; GONZÁLEZ, J.M. Porto Alegre: Artmed, 2002).

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