sábado, 9 de novembro de 2019

O REGRESSO DE KARPOV!


Impacto no xadrez mundial: Anatoly Karpov voltará a jogar um torneio depois de uma década*



A paixão pode mais do que a idade. Os desafios geram mais adrenalina do que observar o palco de fora. O desejo de provar a si mesmo supera o pulso do conformismo. Anatoly Karpov marcou uma época no xadrez mundial. Desde meados dos anos 70, durante a Guerra Fria, ele foi o campeão que reinou por uma década, para deleite do regime soviético. Até que chegou um jovem Garry Kasparov e o destronou em 1985.
"Tolia", o de semblante pétreo, o exímio jogador posicional que apertava como uma jiboia até espremer o rival e depois lhe dar um golpe, retornará ao ringue em 2020, aos 68 anos. 


Karpov regressa aos tabuleiros para um torneio, aos 68 anos


Sim, 35 anos depois daquele histórico match pelo título mundial em Moscou, e 10 anos após seu último torneio, disputado em San Sebastian em 2009. O mundo do xadrez já o celebra. "Estamos muito orgulhosos de receber um dos melhores jogadores de xadrez de todos os tempos para o próximo torneio. Será a primeira aparição de Karpov em um torneio round robin de nível top nos últimos dez anos", foi o breve comunicado do torneio TePe Sigeman & Co, que ocorrerá entre 29 de abril e 5 de maio de 2020 em Malmö, Suécia.
Embora Karpov tenha disputado partidas em ritmo pensado ou rápidas ocasionais em exibições ou torneios por equipe, como a Bundesliga alemã, no próximo ano ele voltará a jogar em um torneio de todos contra todos. Entre os rivais confirmados para enfrentar o russo de 2.617 pontos ELO, estão o sueco Nils Grandelius (2691; bicampeão em 2017 e 2018), o espanhol Alexei Shirov (2664), o tcheco David Navara (2717) e o prodígio indiano Nihal Sarin (2610), 15 anos.


O jovem Anatoly Karpov


O torneio em que Karpov retornará entre a elite tem uma tradição de um quarto de século. O Limhamns Chess Club da Suécia o organiza desde 1993 na terceira cidade daquele país nórdico, com o apoio do advogado e patrono Johan Sigeman. E uma de suas características é convidar jogadores de diferentes idades e estilos de jogo.
Karpov foi um fiel representante da União Soviética, país pelo qual jogou em seis Olimpíadas, entre 1972 e 1988, com a medalha de ouro em cada uma delas. Seu excelente desempenho nessa competição fala por si só de seu talento: ao vencer 43 partidas, empatar 23 e perder apenas duas, ele alcançou 54,5 pontos em 68 possíveis, com uma eficácia de 80%. Bestial.
A renúncia de Fischer em defender seu título coroou Karpov como o 12º Campeão Mundial de xadrez, título que ele defendeu em Baguio 1978 e em Merano 1981 contra Kortchnoi. E por mais que Kasparov o tenha destronado, seu legado é imenso, seu estilo fez escola e seu retorno pela grande porta é bem festejado por fãs e Grandes Mestres. 


* Matéria publicada no jornal Clarin Deportes, da Argentina, em 23 de outubro de 2019. Reproduzimos a matéria parcialmente, com tradução livre do espanhol.
 

Um comentário:

  1. um campeão indigno sem disputar a coroa e beneficiado por uma Fide corrupta

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