Acredito eu que todo iniciante de xadrez, quando começa a estudar a teoria enxadrística e a reproduzir as primeiras partidas de Mestres e Grandes Mestres, fica fascinado pelo jogo combinatório. Foi exatamente isso o que aconteceu comigo, nos idos de 1996, quando eu era apenas um jovem estudante do Ensino Médio e me deparei pela primeira vez com um livro de xadrez, voltado para principiantes, mas que já trazia partidas famosas, combinações, análises de posições e problemas. Como já mencionamos anteriormente aqui no blog, de acordo com a definição do Grande Mestre estadunidense Yasser Seirawan, “a combinação é um sacrifício, acompanhado de uma sequência
forçada de lances, que explora peculiaridades específicas de uma
posição, na esperança de atingir certo objetivo”. Para Kasparov, as combinações e as táticas são os elementos que elevam o xadrez à condição de arte. E por que as combinações e sacrifícios de peças exercem tanto fascínio sobre os enxadristas, principalmente sobre os que estão se iniciando no estudo do jogo? A razão é simples.
Mikhail Tal, "O Mago de Riga", foi um grande especialista no jogo combinatório |
Esse fascínio ocorre porque a combinação constitui um dos maiores, senão o maior,
paradoxo existente no xadrez, pois, quando estamos
aprendendo a jogar, somos ensinados que devemos tentar proteger
nossas peças, ao mesmo tempo em que devemos tentar capturar as peças do
adversário, para assim vencermos a partida. Porém, durante uma combinação, esse
ensinamento perde seu valor, e a
situação se inverte por completo: ao invés de capturarmos as peças do
adversário, nós entregamos a ele nossas peças, seja para dar xeque-mate,
seja para obter uma vantagem, que pode ser do tipo material (maior
quantidade de peças) ou posicional (melhor posicionamento das peças).
Essa entrega de peças, conhecida por “sacrifício” no jargão enxadrístico, é o que proporciona tanta beleza e encanto ao xadrez, produzindo um efeito estético bastante apreciado. Não é à toa que quase todas as partidas mais brilhantes da história do xadrez apresentam o sacrifício de peças como característica principal; e, quando a peça sacrificada é a Dama, a mais poderosa do jogo, o brilhantismo e a beleza da combinação se tornam ainda mais evidentes.
Essa entrega de peças, conhecida por “sacrifício” no jargão enxadrístico, é o que proporciona tanta beleza e encanto ao xadrez, produzindo um efeito estético bastante apreciado. Não é à toa que quase todas as partidas mais brilhantes da história do xadrez apresentam o sacrifício de peças como característica principal; e, quando a peça sacrificada é a Dama, a mais poderosa do jogo, o brilhantismo e a beleza da combinação se tornam ainda mais evidentes.
Nas próximas postagens, estaremos apresentando aos leitores algumas das mais belas combinações já executadas até hoje... aguardem!
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