Nesta publicação da Seção Partidas Geniais, iremos apresentar uma famosa partida jogada na cidade de Copenhague, capital da Dinamarca, no ano de 1923, entre Friedrich Sämisch e Aaron Nimzowitsch, a qual ficou conhecida como "A Imortal do Zugzwang". O zugzwang, como todos devem saber, é um termo usado para designar uma posição desfavorável, em que qualquer lance a ser realizado por um dos jogadores irá conduzi-lo forçosamente à derrota. Normalmente, as partidas que recebem o título de "imortais" distinguem-se pela beleza dos seus sacrifícios brilhantes, ou seja, são partidas em que o elemento tático sobressai em relação aos demais. No caso da partida que hoje iremos mostrar, temos uma exceção a essa regra, pois a "Imortal do Zugzwang", embora contenha um inteligente sacrifício de cavalo no lance 20, ressalta a importância do elemento estratégico, graças à adoção de um plano baseado no tema do bloqueio, que vai deixar o condutor das brancas sem lances úteis para fazer. Sämisch, mesmo com material a mais, se vê cercado pelas peças e peões negros, e, impossibilitado de esboçar a mínima reação, com suas peças completamente "amarradas" tanto na ala do rei quanto na ala da dama, acaba abandonando após o movimento 25. ... h6!!, em face da perda inevitável de material. Comentando a sutileza do lance h6, o escritor Idel Becker, em seu Manual de Xadrez, declara que ele é "o mais notável lance ganhador até hoje registrado. As brancas se acham em estrito 'zugzwang', ou movimento-forçado, isto é, não há ameaça direta por parte das pretas, mas todo lance das brancas leva-as à derrota". É claro que esse comentário de Becker sobre a jogada h6, colocando-a acima de outros lances brilhantes de arremate registrados na literatura enxadrística mundial, é um tanto exagerado, mas a partida em questão merece ser conhecida por todo e qualquer enxadrista, devido à sua grande beleza.
Para acompanhar esta linda partida, com comentários do próprio Nimzowitsch, clique aqui. Se você já conhece "A Imortal do Zugzwang", caro(a) leitor(a), esta é a oportunidade de revê-la. Se ainda não a conhece, não deixe de visualizá-la e deleite-se com essa obra-prima do genial Nimzowitsch!
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